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Category: português

Avaliações de Produtos para Bebê (primeiro ano)

Graco Pack and Play On the Go Playard modelo Pasadena

Um berço fácil de montar e desmontar e leve o suficiente para transporte rápido. Preço na época: USD$ 74.99. Valeu a pena? Não.

Prós:

  • A forma que ele dobra e se descobra em uma maleta pronta para levar é super prática. Um dos melhores produtos que eu já usei nesse respeito.
  • Vários acessórios úteis para situações específicas. No começo ele serve como um basinet/moisés e mais tarde a base desce e se torna um cercadinho.
  • Material de qualidade. Laterais feitas com tecido respirável anti sufocamento.
  • Atenção a vários pequenos detalhes. Tem um bolsinho que guarda o manual. Já vem impresso as dimensões do colchão no produto.

Contras:

  • Quase não usamos. Nosso bebê nunca gostou de ficar nele nem como moisés nem como berço. Ele parece ser um produto perfeito para quem viaja de carro ou vai pra casa dos avós. Tentamos usar como um berço extra na casa e compramos até o colchão no tamanho exato pro berço mas não fez diferença.

Nanit Pro Camera

4moms MamaRoo

IKEA Antilop High Chair

Yuumue Baby Playpen

memento mori polaroid

Uma coisa legal de tirar foto com câmera instantânea é que a foto já sai com aquele jeitão lo-fi. A paleta de cores lavada, as sombras do flash, a pose errada de olho fechado ou tudo borrado e que não dá pra corrigir.

Foto numa Polaroid Now+ (filme i-type) de uma Fujifilm Instax Mini 90.
Foto numa Polaroid Now+ (filme i-type) de uma Fujifilm Instax Mini 90.

Você olha pra foto e ela já parece antiga mas ela é do presente. Ela parece antiga porque essa é a minha lembrança de foto antiga que pra mim é mapeado com as fotos dos anos 80/90.

Imediatamente você lembra da relação intransponível entre passado, presente e futuro. Aquela foto parece antiga mas também ela já é antiga porque um dia ela vai ser antiga. Ela só pulou uma etapa que é parecer uma foto atual pra então se tornar uma foto antiga.

Governo militar

Os números já estão sendo torturados. O regime já está matando. Os mortos estão desaparecendo. Há ditaduras militares com menos militares que o governo atual do Brasil.

https://www.instagram.com/p/CBYN8xUl_u6/

O Ministério da Saúde ocupado por um militar sem qualificação nenhuma na área-fim da pasta [1]. No restante da pasta mais 25 militares até agora [2]. O restante do executivo não está diferente. O presidente, capitão bunda-suja, o vice, um general. Ministros militares são nove. 3 mil militares da ativa e reserva no restante do executivo[3]. Isso sem contar os casos claros de nepotismo como os filhos do presidente [4] e do vice presidente [5] e base-se lá quantos mais familiares e amigos desses outros 3 mil.

[1] O Ministério da Saúde sob intervenção militar – El País. https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-05-26/o-ministerio-da-saude-sob-intervencao-militar.html

[2] Ministério da Saúde chega a 25 militares nomeados – Estado de Minas. https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/06/05/interna_politica,1154152/ministerio-da-saude-chega-a-25-militares-nomeados.shtml

[3] Cúpula militar se afasta de radicalismo de Bolsonaro, mas estudiosos veem risco entre oficiais de média e baixa patente – BBC Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52539442

[4] ‘Já botei parentes no passado, sim. Qual é o problema?’, diz Bolsonaro – O Globo. https://oglobo.globo.com/brasil/ja-botei-parentes-no-passado-sim-qual-o-problema-diz-bolsonaro-23853969

[5] Mourão diz que filho tem ‘mérito’; indicação não viola regra de nepotismo – Exame. https://exame.com/brasil/mourao-diz-que-filho-promovido-no-banco-do-brasil-tem-merito/

Vilomah

Meus sentimentos meu caro desconhecido. Eu não posso nem imaginar o você está passando.

No curso natural das coisas, o mais comum é que os filhos enterrarem seus pais. Os pais enterrarem os seus filhos é o incomum. Talvez por isso é uma situação que tão profundamente triste. Não só a tristeza da nossa própria finitude mas também o da inversão da ordem daquilo que entendemos como o natural. Tamanha é a estranheza disso que nós não temos uma palavra pra isso.

“Uma esposa que perde um marido é chamada de viúva.
Um marido que perde uma esposa é chamada de viúvo.
Uma criança que perde seus pais é chamada de órfão.
Não existe uma palavra para um pai que perde um filho.
Isto é o quão terrível é essa perda.”
Jay Neugeboren – O Conto de um Órfão, 1976.

É estranho não termos uma palavra pra isso. Existem muitos motivos legítimos pra não associarmos uma palavra a um significado. Talvez esse significado não exista ou não exista nem sequer como uma ideia de uma coisa que não existe. Ou talvez esse significado não seja frequente o suficiente pra justificar uma palavra. Mas essa dor, essa lembrança, esse significado, ele existe. Não só existe como uma possibilidade mas também como uma realidade. E esse significado também não é tão infrequente, é suficiente dizer que ele está aqui e agora.

Talvez a ausência dessa palavra venha do nosso medo desse significado. Tal como a J. K. Rowling falava sobre “aquele que não pode ser nomeado”. Um receio de se conjurar um significado através da escrita ou pronúncia de uma palavra. Daí longe das bocas, dos livros e portanto dos pensamentos, o significado pudesse ser banido desse mundo. Porém, na realidade, como eu já disse, este significado está aqui e agora.

Pensando e procurando sobre isso eu encontrei um ensaio da Karla F. C. Holloway chamado Um Nome para um Pai que Perdeu um Filho. Nele ela propõe que assim como a palavra viúva veio do sânscrito विधवा (vidhávā) seria apropriado tomar uma palavra também do sânscrito pra nomear isso que ficou sem nome. A palavra é vilomah que significa “contra a ordem natural”.

Vilomah é um nome para a dor que nós representamos. Pode soar estranho no início. Mas nós nos acostumamos com a palavra “viúvo”. Não é tão diferente, e compartilha a mesma etimologia.

Então meu caro desconhecido, eu não posso te oferecer nada nesse momento mas eu posso te dar essa palavra, vilomah. Ela parece uma palavra nova mas ela tem milhares de anos. Me parece apropriado pra dimensão que parece ser essa dor. Eu achei muito linda a árvore que você me mostrou. Eu desejo que vocês encontrem paz nas suas vidas.